O Sinal da Cruz
Origens
Inicialmente, por volta do século II, o sinal da
cruz era traçado apenas com o polegar sobre a fronte da pessoa. No momento da
Crisma ainda hoje o bispo traça o mesmo sinal sobre o candidato. Esta
modalidade ainda persiste em outros momentos, embora modificada. Na missa
católica os fiéis traçam este sinal na testa, como antigamente, mas também a
seguir sobre os lábios e sobre o peito, dur
ante a Proclamação do Evangelho. Por volta do
século IV começaram a ser registradas variações nos locais e amplitude dos
movimentos, até que o sinal se tornou largo como é hoje.
A Mão
No Ocidente é usada a mão direita aberta, e os cinco dedos abertos
representam as cinco chagas de Jesus, como tambem uma saudação a toda criação
de Deus. Nas igrejas do Oriente a mão é parcialmente fechada, e os dedos
polegar, indicador e médio tocam-se nas pontas, simbolizando a Santíssima
Trindade, enquanto que os dois dedos restantes, pressionados contra a palma,
simbolizam a dupla natureza de Jesus Cristo. Na Rússia os Antigos Crentes unem
apenas dois dedos, o polegar e o indicador.
O Movimento
Nas Igrejas Ocidentais o sinal da cruz é feito tocando-se em sequência a
testa, o peito, o ombro esquerdo e o ombro direito, acompanhando o movimento
com a fórmula verbal Em nome do Pai (toca-se a testa), e do Filho (toca-se o
peito), e do Espírito (toca-se o ombro esquerdo) Santo (toca-se o ombro
direito). Amém (pode-se voltar a tocar o peito, e o Amém pode ser substituído
por uma outra jaculatória, conforme a tradição de cada Igreja). A testa
simboliza o céu e a sabedoria, o peito simboliza o infinito amor de Jesus e
Deus, e os ombros significam o poder de Deus e uma oração ao Espírito Santo.
As Igrejas Ortodoxas traçam o sinal da seguinte maneira: tocam-se em
sequência a testa, a região da cintura (e não o peito), o ombro direito e o
ombro esquerdo, acompanhando o movimento com a fórmula verbal Em nome do Pai
(toca-se a testa e em seguida a região da cintura), e do Filho (toca-se o ombro
direito), e do Espírito Santo (toca-se o ombro esquerdo).
Uso
O sinal da cruz pode ser feito por devotos sobre si mesmos como uma
forma de oração ou purificação, e pelo clero sobre os devotos ou sobre objetos
como uma forma de bênção. Sacerdotes podem abençoar apenas com a mão direita,
mas os bispos podem fazê-lo com as duas mãos ao mesmo tempo. No culto ou missa
o sinal da cruz é empregado em momentos específicos: o povo o faz no início da
Eucaristia, no Evangelho e na benção final, e o sacerdote oficiante ainda o
traça sobre o pão e o vinho no momento da Consagração. Na Confirmação o sinal é
traçado com o polegar sobre a fronte do candidato com óleo consagrado. No Rito
Tridentino se usa traçar o sinal sobre as espécies muitas vezes. Quando são
abençoadas multidões os sacerdotes costumam traçar o sinal três vezes. Nos
ritos ortodoxos os sinal é mais largamente empregado.
As populações usam o sinal da cruz nas mais variadas ocasiões, conforme
o costume de seu credo ou sua devoção particular: quando ouvem alguma
blasfêmia, antes de empreender algo arriscado, diante de algum ícone sagrado,
ao entrar, sair ou passar por algum templo, etc.
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