HOMÍLIA DO DIA 06/11/2013 DO 31ª SEMANA DO TEMPO COMUM
O amor deve ser o compromisso principal
da nossa vida, deve ser o empenho que move as forças do nosso coração e da nossa
alma.
“Irmãos,
não ficais devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo – pois quem ama o
próximo está cumprindo a Lei” (Rm 13,8).
Queridos irmãos e irmãs, a liturgia de
hoje nos convida a duas realidades. A primeira é a realidade do amor; a segunda,
do desapego para ser livre para o Reino de Deus. É possível vivermos as duas
coisas? É possível e precisamos vivê-las intensamente. Não podemos negar nem
dever nosso amor a ninguém; aliás, é uma dívida que nós sempre teremos uns para
com os outros, porque se nós amamos, ainda não amamos o bastante. Precisamos
amar com mais intensidade o nosso próximo.
Essa deve ser a nossa única dívida, a
qual devemos, a cada dia, nos empenharmos em saldá-la. Saldar aquelas dívidas
que nós temos de atenção para com o outro – alguém que precisamos visitar, que
precisamos perdoar, nos fazer presente na vida dessa outra pessoa. Como
precisamos viver com intensidade esse amor ao próximo, esse amor ao
irmão!
O amor deve ser o compromisso principal
da nossa vida, deve ser o empenho que move as forças do nosso coração e da nossa
alma. Mas para que possamos viver a intensidade desse amor, devemos amar a Deus
acima de todas as coisas. Se alguém quer amar o Senhor, mas ama seu pai, sua
mãe, sua esposa, seus filhos e até a sua própria vida mais do que ama a Deus,
não pode se tornar discípulo do Senhor.
Nós perguntamos assim: Precisamos
deixar de amar os nossos? Não. É o contrário. Nós temos é que aprender amar os
nossos com amores que vem do coração de Deus. Então, precisamos, primeiro,
renunciar esse amor pegajoso, o qual, muitas vezes, nos mantêm dependentes
demais uns dos outros e não nos permite crescer. Temos de nos encher do amor de
Deus, porque quando amamos o próximo – nosso pai, nossa mãe, amamos aqueles que
Deus colocou em nossa vida. Com esse amor que vem do Senhor, amamos com mais
intensidade, com mais verdade, com mais caridade. Esse amor não será tão
doentio, não nos deixará escravos, não nos deixará tão dependente.
É verdade que precisamos nos dedicar
para cuidar dos nossos. A mulher tem que amar intensamente o seu marido e
vice-versa, os pais têm que amar seus filhos e estes amar seus pais, e nós temos
de nos amar uns aos outros, cada um na sua medida e proporção. A mulher não pode
nunca deixar de cuidar da sua casa, do seu marido; e o marido não pode trocar
nenhum outro amor pelo amor da sua esposa, pois este amor é sacramentado em
Deus.
Pai, mãe, vocês amarão melhor, terão
forças para amar o seu companheiro ou a sua companheira com esse amor que vem do
coração de Deus, porque o amor humano é muito limitado, se machuca com muita
facilidade, rompe-se com certa banalidade. Mas quando nos enchemos, nos
preenchemos com o amor que vem do coração de Deus, o nosso amor se torna mais
intenso, mais vivo e mais autêntico.
Que nós hoje nos enchamos do amor de
Deus para nos amarmos uns aos outros.
Deus abençoe você!
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