HOMÍLIA NO TRÍDUO DE SANTA BEATRIZ
Caríssimos irmãos e irmãs estamos neste Mosteiro da Imaculada Conceição e São José, juntamente com as Monjas Concepcionistas Franciscanas Contemplativas para celebrar o primeiro dia do Tríduo em honra à Santa Beatriz. Temos como tema de meditação: o Perdão, e, ouvimos a proclamação do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo São João. (cf. Jo. 14, 23-26).
No Evangelho de São João, depois que Judas Iscariotes, o traidor, sai da sala do cenáculo, aonde tinham acabado de celebrar a Santa Ceia, Nosso Senhor faz um grande discurso para os onze apóstolos. Essa perícopa do Evangelho que ouvimos faz parte deste grande discurso de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nesta perícopa, a Palavra Encarnada, fala a respeito das palavras ou ensinamentos que deixou para seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. (cf. Jo. 14, 23). Nosso Senhor disse muitas coisas a respeito do perdão. Como um exemplo, lembramos quando São Pedro, Apóstolo, perguntou para Ele se devíamos perdoar sete vezes um irmão que pecar contra nós, e Nosso Senhor disse: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (cf. Mt. 18, 22). Ou seja, devemos perdoar todas as vezes que o nosso irmão pecar contra nós. Contudo, Nosso Senhor não apenas ensinou sobre o perdão, mas acima de tudo, trouxe o perdão para toda a humanidade quando pagou o preço dos nossos pecados morrendo na cruz. Resumindo, foi Ele que trouxe o perdão de Deus para a humanidade decaída, através da sua morte de cruz.
Nós podemos encontrar o exemplo daqueles amaram à Nosso Senhor Jesus Cristo e guardaram as suas palavras na vida dos santos. E, hoje, gostaria de lembrar um momento da vida de Santa Beatriz da Silva, aonde quase morreu por ciúmes da Rainha e mesmo assim perdoou-a.
Santa Beatriz foi uma nobre portuguesa, nascida em 1424. Foi desde nova preparada para a vida da corte de Portugal, tornando-se dama de companhia da Rainha Isabel. Até que a beleza de Beatriz começou a perturbar a Rainha Isabel, que a prendeu dentro de um baú, pretendendo matar Beatriz pela falta de oxigênio. Seu tio, D. João de Menezes, após três dias, percebendo a sua ausência perguntou para a Rainha sobre o paradeiro de Beatriz. E a Rainha conduziu D. João até o baú. E, quando abriram o baú, Beatriz estava viva. Depois disso, ela perdoou a rainha e retirou-se para um convento em Toledo, na Espanha.
Quantas vezes as pessoas também nos prendem em baús, aonde parece que falta o oxigênio para a permanência da nossa vida. Nós também perdemos o ar quando as pessoas desejam o mal para nós. Mas, como disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. (cf. Jo. 14, 23). E, assim, devemos perdoar 70x7, como aconteceu com o exemplo de Santa Beatriz da Silva.
Peçamos a intercessão da Virgem Imaculada para que nos ajude a seguir os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, assim como fez Santa Beatriz. Amém.
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